Arritmia cardíaca: descubra as causas, sintomas e tratamento

Saiba como tratar a arritmia cardíaca, uma das maiores causas de mortes no Brasil, onde mais de 320.000 pessoas morrem de forma súbita a cada ano. De acordo com a SOBRAC – Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas, cerca de 20 milhões de brasileiros são afetados por arritmias.

Alguns sintomas como palpitações, fraqueza, confusão mental, desmaios, tonturas, fadiga e/ou dor no peito e hipotensão arterial (pressão arterial baixa),  podem indicar esses tipos de problemas cardíacos.

Com a atual pandemia, que estimula um estilo de vida sedentário e hábitos alimentares inadequados, os dados estatísticos tendem a aumentar ainda mais.

Podemos classificar as arritmias cardíacas em dois grupos de acordo com as alterações do batimento cardíaco: taquicardia, quando a frequência cardíaca aumenta, e bradicardia, quando prevalece o batimento mais lento.

Na ausência de diagnóstico e/ou tratamento, estas duas formas de arritmia podem levar a graves danos à saúde e até morte súbita.

Estilo de vida: a melhor forma de prevenção 

A combinação de melhores hábitos de saúde, como boa alimentação, exercícios regulares e acompanhamento especializado são, sem dúvida, os principais fatores que reduzem a probabilidade de ocorrer uma arritmia cardíaca.

Tratamento

Entre os tratamentos mais comuns estão: medicação, ablação por cateter ou implantação de dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis ​​(DCEI), como marca-passos cardíacos (MP), Cardioversores Desfibriladores Implantáveis ​​(CDI) ou Ressincronizadores.

O Avanço Tecnológico 

Pode ser muito útil no diagnóstico das principais arritmias cardíacas a adição dos novos métodos tecnológicos.

Segundo o Dr. Guili Pech, Cardiologista e Arritmologista, “é importante dizer que diagnosticar problemas de ritmo cardíaco, geralmente, é um pouco complicado, pois as arritmias vêm e vão quando você menos espera e são difíceis de detectar durante as consultas médicas ou em um exame de um dia inteiro, como o Holter de 24 horas.”

“Assim, novas tecnologias estão surgindo para melhorar esse processo. Agora existe um dispositivo chamado monitor de eventos, um pequeno dispositivo que pode ser ativado quando o paciente sente algo estranho em seu coração.”

“Este acionamento faz com que sejam feitos registros cardíacos naquele exato momento e que sejam transmitidos via satélite imediatamente, o que permite um diagnóstico preciso.”

“Essas tecnologias já estão sendo incorporadas aos relógios. Por exemplo, a Apple desenvolveu algoritmos dentro do Apple Watch para detectar possíveis arritmias cardíacas e disparar alarmes.”

“A evolução tecnológica está caminhando para que todos tenham um monitor cardíaco no relógio. É um futuro muito próximo.” Conclui o Médico, que possui um canal do Youtube onde esclarece várias sobre as ocorrências cardiológicas e formas de prevenção.

Como saber se a palpitação vem da cabeça ou do coração?

Na prática médica, queixas como coração acelerado ou batimento cardíaco irregular, as chamadas palpitações, são tratadas com cada vez mais frequência.

Entre os problemas de saúde que podem causar palpitações, destacam-se as arritmias cardíacas e condições psiquiátricas como transtornos de ansiedade e síndrome do pânico. 

Curiosamente, vemos pacientes com palpitações nitidamente “psíquicas” que tomam remédios com ação cardíaca e outros, com palpitações notadamente arrítmicas. E como distinguir?

Arritmia ou Ansiedade, como saber se a palpitação vem da cabeça ou do coração?

Em primeiro lugar, é necessário compreender que, ao contrário das arritmias, os problemas psicológicos não produzem alterações eletrocardiográficas, pois decorrem do fenômeno da somatização e não das alterações orgânicas.

De acordo com sua definição atual, somatização é uma tendência a sintomas que não podem ser explicados por achados patológicos e, portanto, não deve ser atribuída a doenças físicas estruturais. Portanto, os testes que deveriam documentar possíveis mudanças de ritmo falham nas palpitações psicológicas.

Para excluir arritmias cardíacas e aproximar a somatização do diagnóstico, temos que utilizar informações da anamnese e exames complementares na prática médica.

Palpitações combinadas com desmaios, tonturas e sensação de “latejamento” no pescoço, sugerem fortemente o diagnóstico de arritmias cardíacas, bem como o início e término súbitos bem documentados.

Para os exames, as modalidades de monitoramento que permitem a correlação do sintoma com o traçado eletrocardiográfico são as mais indicadas para o exame.

Recentemente, surgiram no arsenal de exames, monitores que permitem um acompanhamento mais longo do paciente em tempo real (online). Essa ferramenta permite que o paciente acione um dispositivo no momento preciso em que ocorrem as palpitações. 

O gatilho aciona o registro de um traçado de ECG, que pode ser visualizado por um especialista em tempo real pela Internet, assim, determinamos se o sintoma é eletrocardiográfico ou não e se deve ser um fenômeno somático ou uma arritmia.

Portanto, reconhecemos que o exame adequado e os métodos modernos de monitoramento de longo prazo, ajudam os pacientes e os médicos a diagnosticar corretamente as palpitações.

Por: Dr Guili Pech , com residência médica em Cardiologia e Eletrofisiologia pela UFRJ, sócio da SáePech – Monitoração Cardíaca Prolongada, e Especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia CRM: 5286323-8.