Não é nenhum segredo que ter momentos de lazer e praticar exercício físico são pontos chave para o equilíbrio da saúde mental (e física). A preocupação com o bem estar psicológico da sociedade é crescente e deve ser cada vez mais acompanhada.
Depois da pandemia de COVID-19, a OMS relatou que os casos de ansiedade e depressão aumentaram em 25% no mundo. Além disso, o relatório mostra que mulheres e jovens adultos são os mais afetados com essas condições.
Mais do que nunca, precisamos saber como aliar todos os recursos disponíveis para conseguir uma saúde mental funcional e equilibrada.
E, por mais simples que pareça, porque é, o lazer é um ponto crucial na jornada pela qualidade de vida e as pesquisas fortalecem essa máxima cada vez mais.
Em um estudo publicado em 2021 e feito pelo periódico Journal of Experimental Social Psychology, pesquisadores observaram que os voluntários do experimento que não tinham hobbies e afins tendiam a exibir taxas maiores de ansiedade, sintomas depressivos e estresse.
Menosprezar os momentos de lazer podem realmente afetar sua saúde mental e, consequentemente, sua produtividade no trabalho, sua vida social e afetiva.
Além do tempo livre de qualidade, as atividades físicas também são um investimento de longo prazo para a qualidade de vida de qualquer pessoa.
Nesse sentido, o esporte pode servir para suprir as duas necessidades, sendo um passaporte e uma forma de se exercitar.
A lista de benefícios da prática de exercícios físicos para a saúde mental é extensa e continua a crescer conforme aumentam as pesquisas nesse campo. Os cinco benefícios centrais giram em torno dos seguintes fatores:
1 – Liberação dos “hormônios da felicidade”
Quando colocamos o corpo em “ação”, produzimos hormônios como endorfina e serotonina, chamados de “hormônios da felicidade” justamente porque regulam nosso humor. São os hormônios responsáveis pela sensação de bem estar e satisfação.
2 – Qualidade do sono
A atividade física impacta diretamente na qualidade do sono e é o braço direito do tratamento de quadros de insônia e má qualidade do sono.
A prática regular leva à consequente perda de peso e fortalecimento muscular das vias aéreas, além de diminuir o acúmulo de fluídos no pescoço, tendo como resultado um sono mais eficiente e reparador.
3 – Regulação dos níveis de estresse
Os esportes e exercícios atuam diretamente na regulação do estresse nas pessoas ao passo que combatem uma série de sintomas decorrentes do excesso de cortisol no corpo.
Alguns deles são:
4 – Aumento da concentração
Por demandarem concentração e consciência corporal, as atividades físicas estimulam a memória e impactam diretamente na capacidade de concentração em atividades não físicas.
Pode esperar mais produtividade como consequência disso!
5 – Estimula a auto estima
Indo além do fator estético, os exercícios físicos melhoram a autoestima ao passo que trabalham uma transformação na mentalidade em função do aumento da saúde física.
Isso porque, ao praticar qualquer exercício ou esporte o indivíduo se depara com desafios e superação de metas, ultrapassando barreiras interiores e tendo a sensação de crescimento interno e externo.
Com isso, desenvolvemos habilidades e competências que ajudam muito na autoestima e isso afeta diretamente a saúde mental – a baixa autoestima é uma catalisadora de sintomas negativos psicológicos.
Indo além, podemos entender “função cognitiva” como o conjunto de sistemas do corpo responsável por gerenciar nossa percepção, aprendizagem, concentração, memória, raciocínio e a nossa forma de lidar com problemas.
Quando nos exercitamos, ocorre um aumento da velocidade do processamento cognitivo, o que promove uma melhora na circulação cerebral.
Além disso, há uma considerável diminuição da pressão arterial e dos níveis de LDL (colesterol ruim). Todas essas são mudanças que proporcionam maior qualidade de vida.
Considerando que a função cognitiva tem seu ponto de partida para o desenvolvimento saudável na infância, considerar a atividade física nessa fase é muito importante.
Além de ser uma medida fundamental para que a criança gaste energias e tenha um bom funcionamento corporal, seu desenvolvimento cognitivo se torna muito mais lapidado quando se pratica algum esporte na infância.
Diferente do que muitas pessoas acreditam, a obesidade não é a única e nem a principal consequência do sedentarismo. Na verdade, existem consequências muito mais graves. São elas:
O sedentarismo é classificado em níveis e deve ser o inimigo número 1 da saúde física e mental.
Um dos fatores que mais chamam a atenção para o sedentarismo é o fato de o nosso tempo conectados a celulares e computadores ter influência direta com o sedentarismo.
Ao contrário do que se pode acreditar, tempo livre de qualidade não envolve os momentos que gastamos em nossos celulares, navegando em redes sociais e sites diversos. Esse, na verdade, pode ser outro fator agravante para quadros clínicos de saúde mental.
A nossa exposição à luz azul e ao tempo de tela no dia a dia pode ser um fator extremamente prejudicial para a saúde física e mental. Além disso, quando há quadro de depressão e ansiedade, pensamentos de comparação e autoestima ruim podem tomar conta.
As redes sociais são um reflexo do que as pessoas decidem mostrar de suas vidas. E no que parece ser uma competição de quem tem a melhor vida, muitas pessoas acabam sofrendo ao passar horas no celular se sentindo piores do que outras pessoas com rotinas diferentes.
Os celulares costumam mostrar o tempo de uso dos aplicativos e checar essa informação pode ser o susto que você precisa para investir mais tempo offline.
Apesar de serem fatores que andam interligados, alimentação, sono e corpo são a tríade da saúde mental. Uma coisa influencia a outra diretamente e é fundamental manter um equilíbrio entre as 3 partes.
1 – Alimentação
Ter uma alimentação balanceada que promove ao seu corpo todos os nutrientes que ele precisa garante que sua saúde mental esteja alinhada com sua saúde física.
Pular refeições, comer em excesso ou exagerar em ultraprocessados atrapalha a qualidade do sono e pode trazer inúmeros problemas de saúde.
Se você está buscando uma mudança radical em seu estilo de vida, se consultar com um profissional de nutrição pode ser um ótimo primeiro passo.
2 – Sono
Conforme citamos antes, os exercícios físicos aumentam radicalmente a qualidade do sono por questões químicas do corpo humano e não é a toa que precisamos tanto de sono de qualidade.
Quando descansamos, estamos repondo uma cadeia de substâncias fundamentais para o nosso bom funcionamento, descansando nosso metabolismo e preparando nosso corpo para o próximo dia.
Por isso, se você sofre com problemas de insônia ou sono de má qualidade, busque soluções o quanto antes – da consulta médica até aquela matrícula na academia que você está esperando a hora certa para fazer.
3 – Corpo
A saúde física não faz distinção da saúde mental, um fator influencia diretamente o outro. Dessa forma, algumas práticas podem agravar a saúde do seu corpo e consequentemente piorar sua saúde mental. São elas:
Tenha em mente que esses fatores de risco precisam ser eliminados da sua vida para que haja verdadeira saúde.
Cada vez mais nos deparamos com estudos que comprovam a eficiência da meditação no dia a dia, seja para a redução da ansiedade, controle da qualidade do sono ou até mesmo para regulação do humor.
A prática milenar se adapta constantemente para a nossa realidade e, nos termos ocidentais em que vivemos, pode-se considerar a meditação como o ato de se conectar com o momento presente através de técnicas de respiração e direcionamento do pensamento.
Para quem já está no epicentro do furacão, com muito estresse e rotina corrida, pode parecer impossível tirar alguns minutos para meditar e a verdade é que não é.
Os únicos casos em que se deve atentar para o uso da meditação é quando já existem quadros clínicos em que o paciente tem inclinações esquizoides.
Aos que tem como modificar pequenos e grandes detalhes de suas rotinas de trabalho e estudo, é recomendável que o façam. Mesmo que ter uma rotina regrada seja uma excelente forma de lidar com a depressão, por exemplo, em casos de estresse e falta de concentração, mudanças singelas podem ajudar.
Se você trabalha remoto, pode experimentar trabalhar em uma cafeteria ao invés de trabalhar na sua casa.
Se você estuda sempre no mesmo horário, pode ser que trocar o horário faça diferença no seu rendimento.
Atente aos fatores que estão te sobrecarregando e faça o possível para criar contrapontos e balancear sua rotina.