É provável que a sua mãe ou avó já tenham te dito que mudar bruscamente de temperatura faz mal. Se você não costuma dar ouvidos a esses alertas, saiba que o conselho tem uma razão de existir, afinal, a combinação de extremos pode causar um choque térmico.
Ou seja, é importante reforçar que essa situação pode ser muito perigosa para o seu corpo. O risco não está apenas em sair de casa quando está muito frio ou abrir a geladeira, ou entrar na água quando está muito quente.
Frequentar ambientes com ar-condicionado e aquecedor, cada vez mais comuns no dia a dia, também pode ser arriscado, principalmente se o seu corpo não está acostumado a isso.
Crianças, pessoas com predisposição para desenvolver alergias, com doenças cardiovasculares crônicas ou idosos correm um risco maior de sofrer com o choque térmico, portanto, devem ficar mais atentas ainda para evitar essas situações.
Quando o corpo precisa se adaptar bruscamente a uma mudança de temperatura, ele pode perder a sua capacidade fisiológica de se autorregular, o que pode causar vários sintomas e sequelas, como:
A lista de sintomas possíveis, na verdade, é enorme. Além dos que falamos acima, o choque térmico pode causar: rubor facial, transpiração em excesso, desidratação, fraqueza, convulsões, dores de cabeça, enjoos e outros problemas gastrointestinais, como vômitos e diarreia.
Rosto gelado, pele arrepiada, respiração ofegante e tremores também podem ser sintomas leves do choque térmico, avisos de que você deve considerar fazer uma transição mais lenta de temperatura para evitar os mais graves.
Uma das causas dos problemas tem a ver com as veias. Elas ficam dilatadas quando está quente, ou seja, mais largas. Quando está frio, elas ficam mais estreitas, ou seja, mais finas.
Do quente para o frio, o estreitamento das veias pode dificultar a passagem do sangue, aumentando a pressão sanguínea e sobrecarregando o coração. Do frio para o quente, a rápida dilatação pode fazer a pressão arterial despencar de uma vez, o que também pode desestabilizar o corpo.
Caso algum desses sintomas apareçam, é importante parar e respirar, dando tempo ao corpo para se adaptar. Se estiver frio demais, é bom voltar a se aquecer. Se o problema for calor, vale se abanar ou beber água. Se os sintomas persistirem, procure ajuda médica o mais rápido possível.
Prevenir o choque térmico é simples: basta fazer qualquer transição com o máximo de calma, sempre que isso for possível, como no caso de transitar de um ambiente aquecido/ resfriado artificialmente para uma temperatura externa diferente.
Ao sair do ar-condicionado em um dia muito quente, por exemplo, a dica é ficar um pouco na sombra antes de se expor ao sol, o que pode ser demais para o corpo. Se estiver no carro, abra os vidros por alguns segundos antes de sair de uma vez.
Nos dias frios, é importante se agasalhar corretamente e evitar ficar exposto ao vento. Se for entrar em um ambiente aquecido, a dica é retirar rapidamente o excesso de vestimentas, para que o corpo também não fique quente demais.
Nos dias quentes, a dica é não se expor diretamente ao sol, usar roupas leves e beber mais água. Se vai entrar na água gelada, é melhor ir fazendo isso gradualmente, dando tempo para o corpo se acostumar, ao invés de ceder à tentação de mergulhar de uma vez.
Texto: Gustavo Marques