Um relatório divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo trouxe dados preocupantes sobre os casos de arritmia cardíaca na região. Entre janeiro e agosto de 2025, os atendimentos aumentaram 14% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
No total, foram registrados quase 50 mil atendimentos relacionados à arritmia cardíaca. O número de mortes súbitas também apresentou alta, com crescimento de 6,6% até setembro, totalizando 1.487 ocorrências.
Com o Dia Nacional de Prevenção das Arritmias Cardíacas e da Morte Súbita, celebrado em 12 de novembro, os dados reforçam a urgência de medidas de conscientização e prevenção.
No Brasil, a condição é responsável por cerca de 400 mil mortes por ano. Embora complicações graves, como o infarto agudo do miocárdio, sejam mais frequentes em pessoas idosas, a arritmia pode ocorrer em qualquer faixa etária.
A arritmia cardíaca é uma alteração no ritmo normal dos batimentos do coração — podendo ser acelerado (taquicardia), lento (bradicardia) ou irregular. O problema ocorre quando há falhas na condução elétrica que controla os batimentos e pode ter diversas causas.
Os sintomas variam conforme o tipo de arritmia e podem surgir de forma súbita. Em alguns casos, passam despercebidos; em outros, indicam risco de complicações sérias, como insuficiência cardíaca ou até parada cardíaca. Entre os sinais mais comuns estão:
Embora possa ocorrer em pessoas saudáveis, há fatores de risco que aumentam as chances de desenvolver o problema, como hipertensão, diabetes, tabagismo, consumo excessivo de álcool e cafeína, e envelhecimento.
O diagnóstico é feito por meio de exames como eletrocardiograma (ECG), Holter (monitoramento contínuo dos batimentos por 24 horas) e ecocardiograma, que avalia a estrutura e o funcionamento do coração.
Identificar precocemente o tipo de arritmia é essencial, pois o tratamento pode incluir desde ajustes no estilo de vida e uso de medicamentos até procedimentos como ablação cardíaca ou implante de marcapasso.
Novas iniciativas vêm surgindo para tornar o tratamento mais eficaz. De acordo com notícia apurada pelo portal Saúde Business, a Rede Mater Dei de Saúde, em parceria com a Johnson & Johnson MedTech, lançou um projeto que utiliza Inteligência Artificial (IA) para detectar e tratar precocemente a fibrilação atrial, a forma mais comum de arritmia cardíaca.
A tecnologia, lançada em Belo Horizonte este ano, integra os exames de eletrocardiograma realizados em diferentes setores hospitalares por meio de uma plataforma centralizada, permitindo que a IA faça o rastreamento automático das arritmias.
Mesmo com os avanços tecnológicos, a prevenção continua sendo a principal estratégia para reduzir os riscos. Mudanças de hábitos, acompanhamento médico e diagnóstico precoce são fundamentais para manter o coração saudável.
Mesmo sem histórico familiar, é importante realizar avaliações regulares, principalmente após os 40 anos. As principais medidas preventivas incluem:
Esses cuidados ajudam a reduzir o risco de arritmias e outras doenças cardiovasculares. Para especialistas, quanto mais cedo as alterações são identificadas, maiores as chances de um tratamento eficaz e menores os riscos de complicações graves.