Como lidar com as recentes ondas de calor no Brasil

Como lidar com as recentes ondas de calor no Brasil

Embora o verão no hemisfério sul esteja prestes a começar, o Brasil já está enfrentando dias de calor intenso, e as previsões indicam que a situação tende a se agravar. Estamos diante de previsões meteorológicas que apontam para temperaturas recordes nos próximos dias, com os termômetros podendo marcar aproximadamente 5 graus acima da média por um período prolongado.

A exposição ao calor extremo, especialmente quando combinada com condições de tempo seco, requer cuidados essenciais para evitar impactos adversos à saúde. Logo, é fundamental adotar precauções adicionais. Nas linhas abaixo vamos dar algumas dicas para você contornar o calor da melhor  forma possível.

O que o calor pode causar no corpo humano

Em primeiro lugar, quando o corpo enfrenta estresse térmico causado pela exposição a temperaturas extremas, ocorrem adaptações fisiológicas para manter a temperatura interna sob controle.

Desse modo, ao enfrentar calor intenso, a primeira resposta do organismo é liberar calor por meio do suor e também pela dilatação dos vasos sanguíneos periféricos, contribuindo para dissipar o calor para o ambiente circundante. Somado a isso, a falta de umidade no ar pode levar ao ressecamento e irritação das membranas nasais, resultando ocasionalmente em um nariz escorrendo.

Quando o clima está seco, nossas narinas podem sofrer com a ausência de umidade, o que pode causar desconforto e irritação. Esse cenário muitas vezes se manifesta como coriza, um sintoma que pode ser incômodo.

É por isso que uma visita a um médico otorrinolaringologista que cuida não só do nariz – mas também da garganta e dos ouvidos – é de extrema importância nessas ocasiões (ainda mais se você mora na região centro-oeste). Você pode encontrar um otorrino em Brasília[1]  se estiver na capital.

Portanto, entender como o clima afeta todo seu corpo é essencial para adotar as medidas preventivas e manter o conforto – não só das suas vias respiratórias – mas de todo o corpo..

Quem está em maior risco?

De modo geral, as altas temperaturas podem impactar indivíduos de todas as idades, incluindo os jovens e aqueles que desfrutam de boa saúde. Entretanto, é importante reconhecer que há grupos específicos mais vulneráveis a essas condições climáticas.

Idosos

Os idosos são mais vulneráveis ao calor por conta das alterações fisiológicas que ocorrem com o envelhecimento. À medida que envelhecemos, a capacidade do corpo de regular a temperatura diminui, tornando-os menos eficientes em dissipar calor.

Além disso, muitos idosos têm condições médicas crônicas e tomam medicamentos que afetam a resposta ao calor. O sistema de alerta para desidratação também pode ser menos eficaz em idosos. Aumentando, assim, o risco de insolação, desidratação e outras complicações relacionadas ao calor.

Portanto, é fundamental que os idosos mantenham-se hidratados, evitem exposição prolongada ao sol e busquem sempre ambientes frescos durante períodos de calor intenso para preservar sua saúde.

Crianças

Outro grupo que pode se prejudicar com o aumento da temperatura são as crianças. As crianças são mais suscetíveis aos efeitos prejudiciais do calor por conta de fatores como uma taxa metabólica mais elevada e um sistema de regulação térmica menos eficiente em comparação aos adultos.

Seus corpos geram mais calor e absorvem mais rapidamente, tornando-as propensas à hipertermia. Somado a isso, as crianças têm uma menor capacidade de suar, o que dificulta a regulação da temperatura corporal. Elas também podem não perceber ou comunicar adequadamente a sensação de calor excessivo. O risco de desidratação é maior, pois muitas vezes esquecem de beber água.

Logo, é muito importante monitorar as crianças em ambientes quentes, garantir hidratação adequada, proteção solar e evitar exposição prolongada ao sol para prevenir complicações causadas pelo calor.

Pessoas ativas

Por fim, pessoas ativas enfrentam desafios no calor devido ao aumento da produção de calor durante a atividade física, o que pode sobrecarregar o sistema de regulação térmica. A transpiração, que é essencial para a dissipação de calor, pode levar à perda excessiva de água e eletrólitos, aumentando o risco de desidratação e distúrbios relacionados ao calor.

Além disso, a exposição prolongada ao sol durante atividades físicas intensas pode resultar em hipertermia. Sendo assim, manter a hidratação, escolher horários mais frescos para o exercício e utilizar roupas adequadas, por exemplo, são medidas cruciais para prevenir complicações e garantir a segurança durante a prática de atividades físicas.

Dicas práticas para clima quente

Durante períodos de calor intenso, seja em um dia quente ou em uma onda de calor, por exemplo, é crucial lembrar-se de tomar medidas para garantir seu bem-estar. Dentre elas:

  • Hidratação Adequada: Em primeiro lugar, uma dica simples é beber água regularmente para manter uma hidratação adequada. Se houver restrições de líquidos por motivos maiores, consulte seu médico para orientações específicas durante o clima quente.
  • Refresque-se: Utilize toalhas úmidas com gelo, mergulhe os pés em água fria e tome banhos frescos (não gelados) para se manter fresco.
  • Refúgio com ar-condicionado: Uma boa ideia é que, se você não tiver ar condicionado em casa, considere visitar locais públicos com ar condicionado, como shoppings ou bibliotecas, por exemplo.
  • Ventilação natural: Aproveite a brisa fresca abrindo as janelas quando a temperatura externa for mais baixa do que a interna e se for seguro fazê-lo.
  • Evite a exposição solar direta: Fique longe do sol durante os períodos mais quentes do dia. Se precisar sair, use chapéu, protetor solar e sempre procure uma sombra.
  • Vista-se para o calor: Opte por roupas largas e leves de cores claras, preferencialmente feitas de fibras naturais como algodão e linho.
  • Alimentação leve: Consuma refeições menores com mais frequência e prefira opções frias, como saladas.
  • Armazenamento de alimentos: Garanta que alimentos que requerem refrigeração sejam armazenados corretamente.
  • Descanso adequado: Reserve tempo para descansar e evite atividades intensas durante os períodos mais quentes.
  • Cuidado com seus animais de estimação: Mantenha seus animais de estimação hidratados e evite exercícios extenuantes durante o calor.
  • Eleve suas pernas: Se sentir inchaço devido ao calor, eleve as pernas para melhorar a circulação.
  • Atenção aos sintomas: Por fim, esteja ciente de sinais de superaquecimento, como tonturas, fraqueza ou náuseas. Procure ajuda médica se necessário.

Lembre-se de que essas orientações visam garantir sua segurança e conforto durante o calor elevado. Adaptar-se ao calor requer atenção especial às necessidades do corpo e ambiente.

Como deixar a casa mais fresca no calor

Quem pensa que para manter a casa fresca no verão é necessário depender apenas de ar-condicionado ou ventiladores está equivocado. Na maior parte das vezes, truques simples de decoração podem ser ainda mais eficazes para refrescar os ambientes:

  • Troque tapetes peludos por modelos mais leves e em tons neutros;
  • Substitua tecidos pesados do sofá por materiais como algodão e linho. Capas são uma ótima opção para revitalizar o espaço;
  • Guarde as mantas do sofá nos meses mais quentes;
  • Substitua as lâmpadas incandescentes por lâmpadas de LED, que geram menos calor;
  • Mantenha plantas em casa, pois elas contribuem para purificar o ar;
  • Opte por cortinas finas e leves que permitam a entrada de ar e bloqueiam parte da luz solar;
  • Escolha persianas de tecidos leves e confortáveis para bloquear a entrada do sol;
  • Opte por refeições mais leves e frescas durante os dias quentes, evitando o uso prolongado do fogão;
  • Introduza itens de vidro, como espelhos e vasos, que contribuem para uma sensação mais refrescante; e
  • Se possível, crie áreas sombreadas no exterior da casa com toldos, guarda-sóis ou plantas, proporcionando espaços mais frescos para relaxar.

Cuidado com sinais de doenças relacionadas ao calor

É de suma importância estar atento aos sinais de doenças relacionadas ao calor, especialmente em condições de clima quente. Sintomas como tontura, fraqueza, náuseas, sudorese excessiva podem indicar complicações devido à exposição ao calor. A desidratação também é um risco, manifestando-se por boca seca, urina escura e pouca produção de urina.

Além disso, o calor muitas vezes está associado a fatores como aumento da exposição a alérgenos, maior prevalência de infecções respiratórias e desafios para a respiração adequada, contribuindo para alergias, sinusite e obstrução nasal.

A rinologia funcional [2] – que é um subespecialidade dentro da otorrinolaringologia – pode abordar essas condições, identificando alérgenos específicos e recomendando tratamentos, como medicamentos antialérgicos ou imunoterapia.

Além disso, essa área avalia a saúde dos seios nasais e, se necessário, oferece tratamentos para aliviar a inflamação e melhorar a drenagem dos seios. Nesse sentido, um médico otorrino pode recomendar opções de tratamento, incluindo procedimentos cirúrgicos quando apropriado.

Desse modo, consultar um otorrinolaringologista durante épocas quentes é importante para avaliar e tratar problemas nasais que possam surgir ou piorar nesses períodos.

Considerações finais

Em resumo, lidar com o calor requer uma abordagem completa para assegurar o bem-estar. Isso inclui manter a hidratação, buscar locais frescos, e ajustar a rotina para evitar exposição solar excessiva.

A observação dos sinais do corpo, especialmente em grupos mais vulneráveis como idosos e crianças, é crucial. A saúde nasal também é importante, já que as condições climáticas podem impactar as vias respiratórias.

Dessa forma, consultar-se com um médico durante o calor proporciona cuidado personalizado. Ao seguir as orientações acima, é possível desfrutar de dias quentes com saúde e conforto, adaptando-se de maneira preventiva às exigências climáticas.