O que são os medicamentos psicofármacos?

Com o consumo regulado por prescrição médica, os medicamentos psicofármacos ajudam pacientes que sofrem com condições que afetam a saúde mental. 

Desde a sua criação, ainda na década de 1940, essa classe de remédios trouxe uma nova perspectiva e várias mudanças no tratamento de transtornos mentais, colaborando para a diminuição do internamento hospitalar dos acometidos.

Hoje, as pessoas mais leigas podem se perguntar para que serve fluoxetina e outros remédios antidepressivos, mas os benefícios desses medicamentos não devem ser subestimados. 

No entanto, como eles atuam no organismo? Quais são os tipos de medicamentos psicofármacos do qual o antidepressivo faz parte? Neste texto, conheça mais sobre eles, suas características, tipos e contraindicações.

O que são medicamentos psicofármacos?

Em termos gerais, os psicofármacos correspondem a um grupo de medicamentos utilizados para o tratamento de condições que afetam a saúde mental. 

Eles também são chamados de medicamentos psicoterapêuticos, psicotrópicos ou psicoativos, e ajudam em casos que envolvam: 

  • Depressão;
  • Insônia;
  • Transtorno de ansiedade;
  • Outros transtornos psicóticos.

Portanto, eles só podem ser consumidos com a devida prescrição médica de um psiquiatra, o profissional mais adequado para receitar e acompanhar o tratamento com esse tipo de medicação. 

A indicação de uso só acontece de acordo com o diagnóstico de cada paciente, sendo que são levados em conta as características de cada um, além dos riscos e benefícios que os medicamentos oferecem. 

Na maioria dos casos, são prescritos como parte do tratamento em conjunto com a psicoterapia.

Como eles agem no organismo?

Após serem ingeridos, os psicofármacos irão agir diretamente no sistema nervoso central do corpo. Isso faz com que a pessoa tenha mudanças de comportamento, cognição e humor. 

Entretanto, o mecanismo de ação vai variar de acordo com cada tipo de medicamento: uns provocam a sensação de relaxamento, enquanto outros equilibram os neurotransmissores, como dopamina, serotonina e acetilcolina.

Quais são os tipos de psicofármacos?

Como citado anteriormente, os psicofármacos são um grupo de medicamentos compostos por vários subtipos: antidepressivos, ansiolíticos, antipsicóticos e os estabilizadores de humor. Conheça as principais características deles a seguir.

Antidepressivos

Os antidepressivos são utilizados em pacientes com diagnóstico de depressão moderada ou grave. 

Eles atuam no sistema nervoso equilibrando aqueles neurotransmissores que estão em desequilíbrio, como:

  • A dopamina;
  • A serotonina;
  • A noradrenalina;
  • Entre outras. 

Os medicamentos mais comuns desse tipo incluem os da classe de tricíclicos (ADT), como o caso da amitriptilina. 

Também são utilizados os da classe dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), caso do escitalopram e da fluoxetina.

Ansiolíticos

O uso dos ansiolíticos é prescrito pelo médico para casos de transtorno de ansiedade. Sua atuação dentro do sistema nervoso é justamente na área responsável pela ansiedade e por deixar o corpo em sinal de alerta. 

Os medicamentos que fazem parte da classe dos Benzodiazepínicos (BZD), como o lorazepam, midazolam, oxazepam e diazepam, são exemplos desse tipo.

Antipsicóticos

Também chamados de neurolépticos, esses medicamentos são prescritos para casos envolvendo mania aguda, depressão psicótica, síndrome de Tourette e esquizofrenia, por exemplo. 

Alguns dos exemplos mais comuns desse grupo são o haloperidol, clorpromazina e clozapina.

Estabilizadores de humor

Por fim, os estabilizadores de humor podem ser divididos em duas categorias: anticonvulsivantes (usados no tratamento de transtorno bipolar, epilepsia e fobia social) e os sais de lítio (também utilizados no transtorno bipolar). 

A sua atuação no organismo visa reduzir crises epilépticas, sendo que os medicamentos mais utilizados são fenitoína, fenobarbital e carbamazepina.

Existem contraindicações?

Quais seriam as contraindicações para o uso desses medicamentos? Isso vai variar de acordo com o tipo de psicofármaco, mas, para todos eles, há contra indicação caso o paciente tenha hipersensibilidade a algum componente presente no medicamento. 

No caso do uso de ansiolíticos benzodiazepínicos, é contraindicado para pacientes com insuficiência respiratória, glaucoma de ângulo fechado, doença hepática grave e miastenia gravis.

No caso dos antidepressivos, os do tipo tricíclicos são contra indicados para quem teve infarto recente no miocárdio, problemas cardíacos, glaucoma de ângulo estreito/fechado (GPAE) e constipação intestinal. 

Já para quem toma inibidores seletivos da recaptação de serotonina, a contraindicação é não fazer o consumo concomitante com medicamentos que sejam inibidores da Monoaminoxidase (IMAO).

Para os medicamentos antipsicóticos, há contraindicação para pacientes com doença cardiovascular grave ou depressão severa no Sistema Nervoso Central. 

Para os antiepilépticos, os do tipo ácido valpróico são contraindicados para quem tem insuficiência hepática ou hepatite e não deve ser utilizado durante a gravidez.